quinta-feira, 22 de março de 2012

Copos de Vida

A mesa se mostra inabitada, senão por mim;
Esvazio todos os copos servidos pelo tempo;
Este nunca se cansa de trazê-los.
Lá fora chove na maior parte do tempo (mas não o tempo todo);
De repente, alguém adentra o mundo;
Um olhar e uma frase (única e exclusivamente dedicados à mim);
Em troca de uma cadeira vazia.
Aceito.
Nem lembro dos primeiros goles;
Apenas percebo os copos vazios se acumulando;
E com eles...  envelheço.
Ali, sentado, pensando, bebendo;
Bebendo a vida que passa, trazida e levada pelo tempo;
E a mesa permanece inabitada, senão por mim.

Foto: Manuel Sardinha

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