domingo, 13 de janeiro de 2013

A Chuva Sua

Ainda que me sorrires, eu entenderei.
Lembro do dia amanhecer depois de você ter ido embora,
como que deixando um rastro de pétalas para saber o caminho de volta.
Compreendi tarde que era eu quem deveria ter seguido este caminho,
ao invés de esperar.
Permaneci aqui, sem sair do meu mundo,
de certa forma, esperando que um dia você chegasse arrombando a porta...
Informando-me, que ficaria.
Em minha defesa, 
digo que não quis cortar suas asas,
não quis desequilibrar suas escolhas,
influenciar seus anseios.
Percebo que isso te afastou e agora me resta continuar;
Devo continuar por mim,
pelo espaço que se formou entre nós;
Com a esperança de evitar qualquer dor,
me agrada termos conseguido lidar com nossas verdades,
enquanto tivemos tempo;
Tempo gasto em conversas e conversas,
contendo ações pelo medo do fracasso;
Que agora é o pior dos meus arrependimentos.
Hoje, desejo que saboreie a chuva;
Que ela dure o tanto quanto te fizer bem.
Permanecerei te observando pela janela de um quarto quente e seco,
e me fará bem te ver contente.
Vou lidar comigo, como sempre faço.
Aguardando que tudo esmoreça com o tempo,
certo de que funcionará;
Mas não me permitirei te acompanhar na chuva.
Ela será sempre, somente sua.
E o espaço que se criou entre nós,
você preencherá com chuva;
Eu preencherei com tempo.

Foto: Kalpten Yansimalar