quinta-feira, 3 de maio de 2012

Beleza da Inocência

Saio;
Defrontando toda e qualquer circunstância;
Movido por uma inquietude latente, inconformada;
Procuro, pela ânsia de sentir, de ter;
Levado ao naufrágio pelas próprias virtudes;
Desamparado pela coerência.
Encontro;
Em estado febril e sonolento;
O espinho doce, quente, convidativo;
Da rosa perfeita que me envolve em calmaria;
Me encontro ali, a contemplar suas cores;
A leve dança que se desenha ao vento;
A beleza inocente, simples e absoluta;
Me prendendo a um sonho com o despertar programado.
Vivo;
Todos os momentos em um apenas;
Acompanho tudo, com olhos, boca e pele;
Seguro, absorvo, engulo... 
O tempo a espreita, traz o definhar da vida;
Leva embora todo brilho, toda cor.
Morro;
Na incansável luta do esquecer;
Na lentidão da lembrança que ainda me alimenta;
Ou alimenta a rosa que agora vive em mim;
E por mais que eu queira,
Esta se nega;
Se nega a morrer para fora de mim. 

Foto: Diego Marcatti