quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Vida Lenta

Tenho desperdiçado tempo atrás de explicações;
Sobre o que talvez pudesse ter prorrogado o ponto final do nosso conto,
e sobre que nos custou a brevidade interrompida;
Buscando motivos que eu pudesse responsabilizar e então, dar de ombros;
Como se nosso fracasso não tivesse dependido de nós,
nem das nossas cabeças bêbadas cheias de planos vagos.
Não teve frieza.
Pelo contrário, acabamos queimando rápido e com uma intensidade devastadora;
Que ironicamente, nos devastou.
E como foi bom...
Um salto em queda livre, onde fomos rei e rainha do (nosso) mundo,
assistindo a vida acontecer de forma assustadora e sublime.
Sempre soubemos que precisaríamos de mais, mas era tudo o que tínhamos.
Alguns poucos segundos para olharmos um ao outro como nunca antes p'ra ninguém;
E assim fizemos.
Uma vida de segundos, que valeu muito mais que anos inteiros.
Estilhaçados no chão, nos tornamos cegos a todo o resto;
Perambulando pela vida que agora, passa devagar;
Devagar demais.

Foto: Pedro Costa

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