Esta infeliz coincidência de saltar no momento inexato;
A consequência da queda inevitável e o barulho dos ossos quebrando.
Você passou, eu titubeei e perdi o tempo.
Talvez fosse o copo e o cigarro que ocupavam as minhas mãos;
Talvez o teu cheiro tenha afetado as minhas reações;
A hipnose dos teus movimentos pelo ar...
Você.
Um quadro vivo em uma parede cinza, já desbotada;
Obrigando-me a te notar e ainda,
ser impelido a me jogar para você;
Como um prato rotineiro a ser devorado sem apreço algum;
Incapaz de me fazer iguaria.
Não que me preocupem as queixas,
nem qualquer pretensão de ser feliz.
O que incomoda, é ter que recolher os estímulos,
que já se fazem tão raros.
Foto: Luís Mendonça
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