quinta-feira, 7 de maio de 2015

Me Vendo à Ti

Te persigo e te persisto;
Meus dedos adentram tua carne;
Você se livra, devidamente marcada;
E ri de mim.
Usa tuas curvas para me distrair,
e fazer com que eu me perca;
E ri de mim.
Retribuo, deixando meus caninos a mostra.
Te vejo sem cor e prefiro assim;
Me ponho a lavar-te, a despir-te de toda inocência;
Para contemplar o meu anseio envolto em lençóis.
Meus dentes rangem, tremem e rasgam;
Você sangra... e ri de mim.
Me intoxica e me deixa a debater-me só.
Me vendo à ti por um preço baixo;
Um punhado de sonhos desperdiçados,
talvez uma vida inteira que não vale qualquer propósito.
Você a rir, se deixa engolir;
E eu te regurgito, só para te comer mais uma vez;
E mais uma vez;
E mais uma vez.

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