Sempre apreciei as formas das tuas costas;
Sempre me foi agradável te ver indo embora;
E a minha porta se fechando atrás de você.
Sempre soube que chegaria o dia,
em que não mais a abriria para apreciar esses olhos escuros
me encarando;
Vê-los passar por mim e serem substituídos pelas tuas
costas, novamente, no corredor.
O prazer do toque e até mesmo,
do meu calar, ao te ouvir.
E toda essa beleza, já sentenciada ao fim;
Levada sem urgência, sem presunção;
Apenas pelo “querer agora” e o “não ter depois”;
Alternando silêncios, com risadas... e gritos;
Até que os olhares deram lugar ao cenho fechado,
e uma última vontade sua:
Ir embora.
Eu não desejei que fosse;
Eu não pedi que ficasse;
Dei à mim a chance de não querer,
Mas de poder recordar uma última vez,
das tuas belas costas;
das tuas belas costas;
Da prazerosa impressão que me causavam;
Levando com elas uma presença,
cuja falta sempre imaginei, que um dia me faria.
Devagar, a porta se fechou;
Atrás de você;
Dentro de mim.
Intenso... me lembrou "Separação" do Vinícius de Moraes
ResponderExcluirLembra os "adeus" dados durante toda uma vida por vontade propria.
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