Me é inesperada, essa súbita covardia;
Experimentar alguns breves momentos em que a calmaria me foge;
Uma deliciosa incerteza que me remete à fragilidade;
Por muito tempo, a mantive adormecida, até esquecer.
Agora, mesmo que facilmente transponível,
me deixa curioso em decifrar o que há em você.
Talvez seja meramente o abismo que separa nossos mundos;
Talvez o caos pontual, porém generalizado, que me atinge exatamente nestes dias;
E talvez jamais saberei se foi você que trouxe consigo a ventania;
Ou se és apenas mais uma folha seca que caiu na minha varanda,
após se desprender de um galho fraco.
A meu cargo está decidir,
entre te varrer para a rua,
ou guardá-la e assistir o seu esvaecer.
Creio ser o caos já mencionado, o motivo de eu te manter por perto;
Não como uma distração, mas como uma forma de equilibrar algumas sensações;
Como a fragilidade, recém despertada, tomando o lugar da frieza;
Presente, absoluta e oficial de seu posto.
Lhe sou grato por isso;
Como sou grato pelo sangue,
que insiste em continuar correndo pelas minhas veias.
Photo: Vitor Costa
Gostei da força da sus escrita, esta de parabéns conquistastes um fã! Continue com sua poesia,sempre.
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