terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Busca do Esquecimento

Detenho os impulsos;
Confronto os antigos fracassos,
a fim de mitigá-los no tempo,
e assim os deixar enferrujar sob sol e chuva.
Apenas não os quero de volta;
Então não os recolha;
Não os coloque sobre minha cama em uma tarde que eu não estiver em casa.
Não volte.
Não me obrigue ao tremendo esforço de sorrir;
De falar que tudo está bem.
Talvez esteja. Mas me incomoda, pensar nisso;
O álcool e as cinzas continuam sendo a companhia perfeita.
Um hábito que não quero mudar;
Não quero que você tome o lugar deles;
Pois sequer merece.
Ao invés disso, guarde sua soberba;
Tente não exalar a sua altivez travestida de compaixão por aqui;
Não há mais caprichos que se curvarão a seus pés;
Curiosamente, eu não mais consigo ver seus pés.
Certamente enferrujaram e juntaram-se à terra;
Como em breve, todo o resto de você.

Foto: Jonas Tucci
Modelo: Andressa Goulart Crosseti - http://andressagoulartcrossetti.blogspot.com.br/

3 comentários:

  1. É o destino de todos nós, não? Mas tenho de admitir que a ira confere um belo tom às suas palavras. Como sempre, um texto imagético; muito expressivo!

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