Queima sem ser fogo;
Sufoca, tudo e a todo momento;
De natureza indômita,
Só destrói, deliberadamente.
Suporto, sangrando;
Agrado, sangrando;
Ouço, sangrando;
E permaneço inerte.
Não por vontade, mas por devoção.
Tão nociva quanto o próprio esfriar da carne;
Padeço, ao prazer de quem assiste;
Inerte, benevolente, frio a olhos e ouvidos.
Drenado de toda vaidade pela artificial sensatez;
Tomado de culpa por um "se não tivesse..."
Como o disparar desastroso percebido tarde demais.
Num espetáculo oferecido a olhos cegos e insensíveis;
Padeço, de boa vontade, antes do cair das cortinas;
Guiado por mão alguma;
Dirigido às entranhas da dor;
Na ingênua busca pelo esquecimento;
Não por vontade, mas por razão;
Precedida por um triste abrir de olhos;
E padeço, ao prazer de quem assiste.
Nossa, a imagem não poderia ter sido melhor escolhida. Que bela dor, esta. Esta ponta de gesso também me comprime...
ResponderExcluirLegal você ter sua conclusão Tabita. A minha seria mais no sentido de que é uma dança que eu não poderia acompanhar, por isso deixaria que dançasse sozinha, abstendo-me, inerte.
Excluir