Quando eu cansar de
mim,
Posso quebrar os
móveis da sala,
Secar um
scotch... edição de 1962, talvez.
Apegar-me a algum
capítulo específico de algum livro aleatório;
Largar-me na estrada
com um nome novo inventado a cada dia;
Vestir minha melhor
roupa, desafiar um desconhecido para uma partida de bilhar,
em algum bar mal
iluminado, cheio de fumaça e drinks baratos numa madrugada de terça-feira.
Ou ainda, me dar à
psicanálise,
Tentando me fazer
entender que “a vida é assim” e devo me acostumar;
Tornar-me um
insensível dirigindo-me ao pôr-do-sol, para onde todos parecem querer ir;
E assim, não enxergar
que vou ficando cego.
Por cansar de mim...
Por isso é sempre tão
mais fácil, fazer-me cansar de você.
Photo: Elena Fidanovska