E no que se tornou essa matéria?
No quê se encarregou a vida de torná-la?
Melhor talvez se permanecesse o que um dia deixava de ser;
E o que quer que tenha sido, foi muito diferente do que, ao
menos eu, teria esperado, caso esperasse.
E ainda, fui eu o ingênuo a buscar água e me pôr a regar
uma erva daninha;
Como que crendo que dela pudesse florescer algo bom, bonito
talvez;
Sem lamentar o dia que secaria, pois um dia, teria que
secar.
Queria poder cultivar a infelicidade à nossa maneira;
Dando à ela água e sol conforme fosse necessário;
Despretensiosamente.
Não havia necessidade de decorar a sala;
Muito menos de proporcionar sombra para sentarmos de mãos
dadas numa tarde quente qualquer.
Apenas crescer, florescer e morrer de forma bela;
Como é tão comum para todo o resto.
Agora volto para o meu mundo novamente;
Mas desta vez, não por minha escolha ou vontade,
Mas por ver todo o resto desmoronar, como se qualquer
caminho me levasse a sucumbir ao submundo que existe em mim,
Do qual fujo desde sempre.
Foto: Jay Achandran