segunda-feira, 21 de março de 2016

Não Entendo

Não entendo;
E não por ser complicado,
nem por pensar que não seja o melhor pra nós dois.
Não entendo porque não quero aceitar um conformismo covarde;
Não quero me ver daqui a 20 ou 30 anos,
sentado em uma cadeira de balanço,
sendo obrigado a ainda te carregar na memória;
Sabendo que aceitei uma sentença tão leviana quanto cruel.
E escolhi me calar, como quem se joga sobre uma granada sem pino.
Desejei que fosse diferente;
Desejei que fôssemos o final da linha, um para o outro;
A última ficha, para finalmente sairmos desse jogo que só nos trouxe prejuízos,
por melhor que soubéssemos blefar.
Mas você decidiu manter-se na mesa,
e me eliminou sem nem levantar os olhos.
Desejei te fazer rir;
Desejei dividir essa cadeira de balanço contigo;
E jamais seria aquele te impediria de saltar de uma ponte,
mas seguraria a tua mão e saltaria contigo.
Ainda assim, eu conheço o meu lugar,
e sei manter-me nele.
Me calei, mas não entendo.
Nunca entenderei.
Espero que ao menos você entenda,
e valorize a paz que de longe, 
passei a te proporcionar.

Foto: Desconhecido

quarta-feira, 9 de março de 2016

Beleza Infame

Uma beleza infame, de corpo branco, tenro e perfumado;
A me flagelar como nós do açoite que mordem-me a carne;
E por vezes faz meus pés sonharem em permanecerem pendidos,
girando lentamente para a direita... depois para a esquerda.
Um sonho impossível de se ser acordado em paz;
E por mais que eu insista em te arrastar para a minha realidade, 
me vejo impedido pela coleira que você insiste em manter no teu próprio pescoço,
presa às tuas questões mundanas que eu, nunca compreenderei.
Mantendo-me no teu pensamento como um refúgio longínquo,
que talvez nunca venha te proporcionar descanso em um futuro longínquo que talvez nunca chegue.
Aos poucos, realizar o sonhos dos meus pés,
passa a me parecer uma inclinação mais do que satisfatória.