domingo, 7 de fevereiro de 2016

Dançar Sozinho

De riso tímido e um charme cínico no olhar;
Você me chamava para ti ao som de cordas friccionadas e movimentos leves.
Eu hesitei, me mantendo seguro, enclausurado em uma redoma de medo;
Não sabia à quê tipo de dança estava sendo convidado.
Permaneci, receoso;
Assisti descrente a tua confiança se transformar em convicção;
Arrancando de mim uma rendição, como quem arranca esculturas de um bloco de gelo;
E quando enfim, me levantei,
você flutuou para longe;
Eu, vendo-me sem saber como dançar sozinho, estarreci;
Baixei os olhos culpando meus pés por tão ingênuo e insensato impulso.
Sequer pensei em te impedir;
Seria como segurar folhas secas em um vendaval,
que não sopra a meu favor.