segunda-feira, 15 de abril de 2013

Verdades Vulneráveis

Não sei se “amadurecer” seja o termo correto;
Apenas que o tempo fez com que eu suportasse menos as minhas discrições;
Talvez tenha se tornado um vício perseguir as minhas verdades,
Através da exposição das minhas mentiras.
Algumas com o intuito de afagar quem me rodeia com impressões ternas e agradáveis;
Outras propositalmente, por algum motivo perverso qualquer;
Outras por pura vaidade.
Já as indiscrições fazem de mim uma peça oca;
Destroem todo o mistério que desperta o interesse.
A verdade é que não há explicação plausível que se faça necessária.
Sou verdades e sou mentiras...  Me orgulho mais das últimas.
“Verdades sempre me fazem morrer”, já dizia um escritor.
E à medida que me proponho a despir-me das minhas mentiras,
Esqueço-me do quão vulnerável me torno, o quão fácil se torna devorar-me.
Acordo tarde; arrependo-me...
E passo a odiar o amadurecimento que o passar dos anos me rendeu.

Foto: Branco da Costa